segunda-feira, 14 de julho de 2014
A vida fez-me assim A vida fez-me assim Feliz com tão pouco, quase nada. Porque sou como o vento, Que sopra vindo do mar, E se esconde nos teus cabelos! -Saúdo o tempo que passa, Que parte sem despedida, Agitando a vida apressado! -Sorrio ao tempo que fica Guardado nos sentimentos, Como um tempo sem tempo. Seguro a tua mão Como se fosse a minha. Aceno à pressa do hoje, que vai partir para mais um amanhã. Fico aqui a teu lado Segurando um pedaço de noite No teu regaço de estrelas. -Procuro no meu passado Vestígios de um amanhã Que será talvez apagado Pelo mesmo vento apressado Que sopra vindo do mar E se esconde em qualquer lado Tão longe de qualquer lugar! Estarei aqui ao teu lado Quando o vento voltar a soprar Segurando um pedaço de céu Sem noite, talvez apagado. Serei tudo que não fui Feliz com tão pouco Quase nada. Serei tudo o que não amei Tão feliz por ti ao meu lado. Serei silêncio na tua boca Murmúrio no teu coração Serei feliz com tão pouco Muito mais do que nada. A vida fez-me assim. Feliz com quase nada. Não quero afogar-me em tristezas, O rio em que navego é longo e solitário Como o vento que sopra vindo do mar. Há lágrimas que ardem na minha face como chamas que nunca se apagam. Um dia não mais falarei de dor Serei tudo aquilo que sonhei Feliz com tão pouco Com quase nada. Sorrindo à vida que renasce Ao tempo que chega e não fica, Que parte veloz sem despedida. Pela longa e solitária estrada dos sonhos. Um dia serei tudo o que não amei Morrendo de amor!
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