segunda-feira, 21 de abril de 2014

No silêncio da noite. No silencio da noite. Sempre que a noite chega, a solidão vem-me falar de ti. E a saudade penetra no meu coração como um pouco de luar dentro da minha noite imensa. Vai deixando aos poucos o teu toque magnífico de beleza e suavidade vai deitando prata nos recantos mais sombrios. Vão enfeitando de luz as flores mais singelas. Assim é a saudade. Consegue transforma em beleza a tristeza infinita do presente... Traz o gosto perdido de beijos de amor... Traz o calor dos braços inesquecíveis... Traz o eco das tuas palavras... Fecho os olhos e começo a recordar... Começo a pensar que foste o meu todo... E agora é a minha saudade. Esqueces-te que o meu amor era sincero... Que tudo em mim era um pouco de ti. A minha vida sem a tua, é uma caminhada de tédio e de angustia... Agora estou só... E a saudade. Ela é a própria tristeza. Ah, e eu não sabia que a saudade doesse tanto. Fico olhando para as estrelas e implorando que leve até a ti esta minha saudade, para que venhas correndo para os meus braços. A saudade... Ela e minha própria amargura... Ela é tudo que eu tive e não tenho mais. É o meu único alento. Todo o meu sol. Todo o meu luar... Toda a minha vida, meu amor... Toda minha vida, meu amor... Mas bendita seja a sua saudade, graças a ela eu quase me sinto a tua presença... O som dos teus passos ainda ecoam no silencio vazio da noite e eu continuo a ouvir esse mesmo som cada vez que observo a rua da janela do meu quarto. As horas arrastam-se como se sentissem o peso da solidão e a chuva fina que bate de encontro às vidraças desfazem-se em lagrimas que calem pelo chão. Por breves instantes, a tua presença torna-se quase real, é quando sinto que o som dos teus passos é o bater descompassado do meu próprio coração. Sempre que a noite chega, a solidão vem-me falar de ti.

Nenhum comentário:

Postar um comentário